AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: REPERCUSSÕES, TENSÕES E POSSIBILIDADES NO CURRÍCULO DAS ESCOLAS DE PERIFERIA URBANA
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2013, Vol 6, Issue 1
Abstract
Palavras têm permeado os processos de gestão macro, meso e micro da educação: metas, eficácia, eficiência, resultados, produto, excelência, performance, desempenho, qualidade. Elas ganham sentido e vida própria a partir da utilização que delas se faz e aos interesses aos quais se submetem. Estes termos vêm sendo ecoados, freqüentemente, nos processos que envolvem a avaliação da educação básica desde a década de 1990 e, cada vez mais, têm se tornado presentes em nosso cotidiano. Entretanto, é importante destacar que representam processos não‐exclusivos do contexto nacional. Os movimentos em torno da avaliação de sistemas e de alterações nas políticas curriculares estão em curso desde a década de 1980, a partir de reformas educacionais implementadas por países centrais nas decisões políticas e econômicas mundiais – EUA e Inglaterra ‐ denotando claro interesse regulatório e, portanto, de controle com intenções explícitas de transformar a educação num grande mercado (AFONSO, 2000, 2010; BALL, 2005; SACRISTÁN, 1999) e que foram disseminadas pelo resto do globo (DÍAZ BARRÍGA, 2009; DIAS SOBRINHO, 2003). No Brasil, a implantação do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) em 1993, a aplicação da Prova Brasil a partir de 2005 e, mais recentemente, em 2007, a criação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação) são ações que constituem um conjunto de políticas de alinhamento e ajustes em relação a estas políticas globais. No nosso entender, não é justificável que escolas e professores, deixados a sua própria sorte e inseridos em contextos, por vezes adversos, sejam responsabilizados pelos mal resultados alcançados. É notório que a educação pública, em nosso país, vem carecendo de maiores cuidados e atenção. Entretanto, é fundamental que sejam feitas discussões responsáveis sobre as causas da baixa qualidade, focalizando claramente que qualidade se quer e com que finalidade. Afinal, que tipo de qualidade se busca? Qualidade para quem? Qualidade com que intenção e para atender a que interesses? O presente artigo objetiva socializar achados preliminares de pesquisa2 em andamento e busca contribuir para o campo da avaliação e do currículo, tendo em vista que as avaliações padronizadas em larga escala geram tensões diversas sobre o currículo real no cotidiano da escola básica, repercutem no trabalho do professor e propiciam e, em alguma medida, podem indicar possibilidades de mudança.
Authors and Affiliations
Ivanildo Amaro de Araújo
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