[Coluna] POLÍTICA DE DEFESA E A COOPERAÇÃO ZOPACAS, Multilateralismo e as Relações Internacionais
Journal Title: O Cosmopolítico - Year 2019, Vol 5, Issue 1
Abstract
Antes de analisar qualquer acontecimento à luz das práticas de relações internacionais, é crucial identificar em qual contexto histórico o evento estava inserido e quais fatores externos e internos contribuíram para que ele se desenrolasse de determinada maneira. A criação da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) data de 1986, período conhecido como de “degelo” da Guerra Fria, pela distensão das tensões entre EUA e a ex-URSS, o que ocasionaria o fim definitivo da guerra em 1991. Contudo, ficou evidente que, apesar deste arrefecimento, a disputa política não havia cessado e as duas superpotências da época ainda disputavam poder e influência em todas as regiões do mundo. Dessa forma, o presente artigo propõe explicar, à luz de argumentações teóricas das relações internacionais, como as apresentadas por Robert Keohane em sua resenha “Lilliputians’ Dilemmas: Small States in International Politics”, como a ZOPACAS se articulou como instrumento de Defesa e Estratégia no Atlântico Sul, como um acordo multilateral frente às assimetrias e limitações de poder existentes entre os seus países integrantes – considerados, em sua maioria, como países periféricos ou ainda potências médias e pequenas – e as superpotências nucleares. Conclui-se que a ZOPACAS, apesar do pequeno impacto internacional, é um fórum importante para se discutir multilateralmente assuntos de interesses estratégico no Atlântico Sul e, dentro do possível, desvinculado da interferência dos países centrais e das outras organizações internacionais nas quais estes últimos acabam tendo maior poder de decisão.
Authors and Affiliations
Nycole Fonseca Nobrega
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