Medicina física e de reabilitação no tratamento da paralisia de BELL – qual a evidência?
Journal Title: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar - Year 2019, Vol 35, Issue 2
Abstract
Objetivo: Rever a evidência científica da Medicina Física e de Reabilitação (MFR) na recuperação da Paralisia de Bell, na fase aguda ou crónica, em qualquer grau de severidade. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Guidelines Finder, Canadian Medical Association Infobase, Cochrane Library, DARE e PUBMED. Métodos de revisão: Pesquisa de normas de orientação clínica (NOC), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC), estudos de coorte e séries de casos, em inglês, espanhol e português, publicados desde 2006, utilizando os termos MeSH: peripheral facial paralysis, Bell palsy e rehabilitation. Para atribuição do nível de evidência dos estudos e da força de recomendação foi aplicada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) da American Family Physician. Resultados: Dos 125 artigos obtidos, cinco preenchiam os critérios de inclusão: duas NOC, duas RS e um estudo de coorte. A Canadian Medical Association (2014) recomenda MFR na fase crónica, mas não na fase aguda, enquanto a National Guideline Clearinghouse (2013), não recomenda MFR, independentemente da fase. A RS de Ferreira et al, de 2015, revela maior recuperação motora com MFR do que com tratamento farmacológico isolado, sem discriminação da fase. A RS de Teixeira et al, de 2012, refere que há baixa evidência de que a MFR seja eficaz, tanto na fase aguda, como na crónica. O estudo de coorte de Toffola et al, de 2012, conclui que doentes na fase aguda com axonotmese apresentam melhoria com MFR. Discussão: Os estudos têm pouca qualidade e são muito heterogéneos. Na fase aguda não permitem concluir se a recuperação dos doentes é espontânea ou se é devida/acelerada por MFR. Não há evidência consistente para a recomendação ou para a não recomendação de MFR na fase aguda ou crónica, pelo que não se pode atribuir uma força de recomendação. São necessários ECAC de boa qualidade.
Authors and Affiliations
Sofia Oliveira Vale, Sofia Marçalo, Cláudio Sousa Martins, Ana Catarina Machado
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