Prevalência de Síndrome de Burnout em Médicos de Família da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos
Journal Title: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar - Year 2019, Vol 35, Issue 3
Abstract
Objectivos: Os médicos de família são os profissionais de saúde que realizam o primeiro contacto entre os utentes e o sistema de saúde, tendo uma interacção contínua e mais próxima com os pacientes, a qual pode desencadear quadros de ansiedade e medo. Os sentimentos negativos potenciam a exaustão física e mental que poderá conduzir a um estado de Burnout. A conjuntura portuguesa recente apresenta factores que podem potenciar o aumento da prevalência de síndrome de Burnout nos médicos de família. Este estudo procura reavaliar a prevalência de síndrome de Burnout nos médicos de família da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. Tipo de estudo: Estudo transversal, observacional e descritivo com componente analítica. Local: Portugal. População: Médicos inscritos como médicos de família na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. Métodos: Estudo realizado através de um questionário online constituído por dados demográficos, profissionais e o Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey, validado para português, enviado aos médicos de família sob a forma de censo no dia 11 de Novembro de 2016 e válido para submissão de respostas até ao dia 5 de Dezembro de 2016. Resultados: A prevalência de Burnout encontrada nos médicos de família foi de 17,0% (IC 95% [13,1; 20,9]) Os médicos de família apresentaram exaustão emocional alta de 66,0% (IC 95% [61,1; 70,9]), despersonalização alta de 45,7% (IC 95% [40,5; 50,9]) e baixa realização profissional de 48,2% (IC 95% [43,0; 53,4)]. A despersonalização associou-se ao sexo masculino e aos indivíduos com idades inferiores a 45 anos. A síndrome de Burnout também esteve associada com a idade inferior a 45 anos e com uma duração da actividade como médico de família inferior a 20 anos. Conclusões: A prevalência da síndrome de Burnout foi até quatro vezes maior que os valores obtidos em estudos anteriores. As associações encontradas são consistentes àquelas verificadas em estudos anteriores, sendo a síndrome mais prevalente em médicos mais jovens e com menor experiência como médico de família.
Authors and Affiliations
Carlos Daniel Costa Reis
Afinal não era preciso amputar! Um caso clínico
Introdução Apresentamos um relato de caso em que se discutem aspectos relacionados com doença arterial periférica (factores de risco e formas de controle; critérios de amputação versus revascularização) e com alterações...
Passos da consulta e satisfação do utente: estudo observacional
Objetivo: Estudar a relação entre a execução de consultas estruturadas por passos e a satisfação do utente com a consulta, tendo como referência o modelo proposto no livro – “A consulta em 7 passos”. Tipo de estudo: obs...
Tratamento da cólica infantil – uma revisão baseada na evidência
Objetivos: O objetivo é rever a eficácia das intervenções terapêuticas na cólica infantil, uma vez que se trata de um motivo frequente de consulta, o tratamento é difícil e constitui motivo de frustração para pais e prof...
HIPOPARATIROIDISMO IATROGÉNICO: Um desafio a vários níveis
Introdução: O médico de família (MF) é frequentemente confrontado com alterações clínicas pós-operatórias. O hipoparatiroidismo, principal complicação da tiroidectomia total, apresenta um amplo espetro clínico, sendo de...
Rastreio da infeção genital por Chlamydia trachomatis e redução da morbilidade feminina - Uma revisão baseada na evidência
Introdução: A infeção por Chlamydia trachomatis é a infeção sexualmente transmissível mais reportada na Europa e está associada à doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade, gravidez ectópica (GE) e dor pélvica cró...