Qual o papel da Aspirina na prevenção primária do Carcinoma Colorretal em indivíduos de médio risco? - Uma revisão baseada na evidência
Journal Title: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar - Year 2019, Vol 35, Issue 1
Abstract
Introdução: O Carcinoma Colorretal (CCR) é a 2ªcausa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a “quimioprevenção”. Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR, em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foi realizada uma pesquisa na Medline, sites Médicos Baseados na Evidência e Índex de Revistas Médicas Portuguesas de Normas de Orientação Clinica (NOC), Meta-Análises, Revisões Sistemáticas e Ensaios Clínicos Aleatorizados (ECA’s), publicados entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH “Aspirin”, Primary Prevention”, “Colorectal Neoplasms”. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais 7 cumpriam os critérios de inclusão: 1NOC, 1MA, 3RS, 1 estudo coorte e 1 estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR B (SORT). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, na dose ≥300 mg/dia, administrada durante ≥5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado> 10 anos após o inicio da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência, e com duração de tratamento inferior parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR, e com uma FR B (SOR B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECA’s futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter benefício oncológico máximo e mínimo risco hemorrágico
Authors and Affiliations
Sílvia Colmonero Martins, Sofia Cardoso, Ana Raquel Marques
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