CRUZAMENTOS DISCURSIVOS NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO CURRICULAR: UMA ABORDAGEM DE ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2012, Vol 5, Issue 1
Abstract
A pesquisa no campo das políticas curriculares atualmente persegue caminhos diversos em termos de abordagem teórico‐metodológica. O fato é que, independente da vertente teórica, as pesquisas têm buscado uma perspectiva menos fechada, ortodoxa de compreensão dos contextos de produção política do currículo. O currículo é entendido de diversas maneiras e sob várias perspectivas epistêmicas. Há uma pluralidade de sentidos sobre o que ele é. Para PEREIRA (2004, p.52) ele assume um sentido amplo de “um projeto de ação multidimensional da vida dos sujeitos”, em que “não há fronteiras demarcatórias entre o cognitivo, físico, afetivo, social e histórico. Dentre todas as acepções de currículo, estejam na perspectiva crítica ou pós crítica, percebe‐se o que de fato ele não é: uma produção ingênua, desinteressada e desvinculada da cultura e dos sujeitos no processo histórico. Ao me debruçar sobre um objeto de pesquisa no campo da produção curricular compreendo o currículo como um campo de luta por imposição de sentidos, um artefato social e histórico que é produto de conflitos e negociações. A partir da acepção de Ball(1992, 1994) percebo a política de currículo como uma produção cíclica contínua intermediada pelo contexto de influência, o contexto de definição de textos e o contexto da prática. As políticas de currículo são operações que envolvem dinâmicas complexas e não se restringem a modelos verticalizados de ação estatal sobre a prática, embora seja preciso reconhecer que as ações governamentais tenham ainda, força significativa no processo de disseminação de textos e discursos políticos e criem meios de limitar a capacidade de reinterpretá‐las. Nesse ínterim, ao pensar algumas questões no meu contexto da prática curricular, problematizo os discursos acerca da construção do Projeto político‐pedagógico na escola, mas tento evitar aquilo que os estudos revisionistas de Ball e Bowe criticaram (1992, 1997, 1998), em relação às pesquisas no campo de currículo que é ficar restrito à dimensão macro da realidade social e com isso silenciar vozes importantes que constituem a prática pedagógica, como também o seu contrário, focalizar a implementação, as vozes silenciadas, mas deixar à margem os condicionantes históricos dessas vozes.
Authors and Affiliations
Ângela Cristina Alves Albino
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