CURRÍCULO, FORMAÇÃO CONTINUADA E HIBRIDIZAÇÕES CULTURAIS

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CURRÍCULO, FORMAÇÃO CONTINUADA E HIBRIDIZAÇÕES CULTURAIS

Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2012, Vol 5, Issue 1

Abstract

O presente texto trata de pesquisas realizadas em diferentes escolas de ensino fundamental do Estado do Espírito Santo, buscando estabelecer diálogos entre os campos dos Estudos Culturais, dos Estudos Pós‐Coloniais e das Pesquisas com os Cotidianos Escolares, tendo como principal objetivo problematizar os modos como são tecidos os currículos e os processos de formação continuada de professores, considerando as negociações, atravessamentos, usos, traduções e o que é praticado pelos sujeitos que habitam os cotidianos dessas escolas. Nessas pesquisas, colocamos em análise os diferentes modos de produção dos currículos e suas relações com os processos de formação continuada de professores, a partir dos usos que os sujeitos ordinários (CERTEAU, 1994) fazem em relação aos discursos oficiais, resultando, em muitos casos, em movimentos de resistência a esses discursos que, de certo modo, negligenciam e/ou desqualificam o que é realizado pelos sujeitos praticantes (CERTEAU, 1994) das escolas. Mesmo considerando a força e a importância desses discursos que, na maioria das vezes, se pretendem hegemônicos, interessou‐nos falar da potência dos conhecimentos tecidos em redes nos cotidianos das escolas os quais, ao mesmo tempo, produzem currículos em suas relações com processos de formação continuada. Ou seja, dada a condição de complexidade3 desses conhecimentos, torna‐se impossível, em meio a essas redes, saber quando estamos vivendo processos curriculares e/ou de formação. Assim sendo, defendemos a importância de pensar os temas currículo e formação de professores como processos complexos e interdependentes, que dizem respeito à produção e à negociação de políticas educacionais que não se reduzem às prescrições oficiais, geralmente marcadas pelas lógicas dos distanciamentos e polarizações entre pensar e agir, saber e fazer, teoria e prática. Lógicas que têm se mostrado incapazes de dar conta da diversidade e da complexidade das relações e tramas que se tecem nos cotidianos escolares. A nosso ver, são nas negociações, nos usos, nas narrativas dos fazeressaberes dos sujeitos que praticam os cotidianos escolares que os currículos e os processos de formação vão se constituindo e, ao mesmo tempo, produzindo políticas educacionais. Sgarbi (2004, p. 36) nos ajuda nessa defesa quando afirma o valor dos processos de conhecimentos que trazem as marcas desses sujeitos encarnados.

Authors and Affiliations

Marco Antonio Oliva Gomes, Carlos Eduardo Ferraço

Keywords

EP ID EP33898
DOI -
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