ENTRE A EXISTÊNCIA E A NÃOEXISTÊNCIA: O USO POLÍTICO DE PESSOAS EM MOVIMENTO NO CONTEXTO DO MITO DAS BELAS DAMAS E GUERREIROS JUSTOS
Journal Title: O Cosmopolítico - Year 2021, Vol 7, Issue 2
Abstract
Situamos a definição do termo refugiado dentro do contexto espaço-temporal que o limita, expondo o etnocentrismo e os traços de hegemonia ocidentais que historicamente permeiam os padrões de proteção e os critérios de elegibilidade do indivíduo a ser protegido. Como parte inerente a esse processo de construção da figura do refugiado e categorização de pessoas a partir de noções políticas restritas e demasiadamente estatais, muitos grupos em movimento (dentro e fora do status “legítimo” de refugiado) são colocados à margem dos mecanismos de proteção internacional, negados a um acesso digno aos direitos humanos e a uma assistência que, de fato, acolha suas necessidades. Avaliando o uso político das pessoas em movimento, defendemos que o grau de inclusão de determinado indivíduo no Regime Internacional dos Direitos Humanos, atualmente, está muito relacionado à relevância que ele terá como figura potencialmente válida para legitimar e difundir a percepção ocidental de “guerra justa” contra o terrorismo. Para exemplificar essa dinâmica, analisamos a representação internacional de Malala Yousafzai em meio a lógica da Teoria das Belas Damas e Guerreiros Justos. O objetivo deste artigo é levantar reflexões críticas para repensar as estratégias e mecanismos de planejamento, execução e comunicação das políticas humanitárias para pessoas refugiadas, de forma a torná-las mais inclusivas. Assim, a Teoria das Belas Damas e Guerreiros Justos servirá como base argumentativa para questionar o caráter hegemônico ocidental que perpassa a permeabilidade das fronteiras, as gradações no sistema de categorização de pessoas em vulnerabilidade internacional e o discurso político vinculado a essas questões.
Authors and Affiliations
Ana Carolina Freitas da Silva, Tatiana Uchôa de Brito
ENTRE A EXISTÊNCIA E A NÃOEXISTÊNCIA: O USO POLÍTICO DE PESSOAS EM MOVIMENTO NO CONTEXTO DO MITO DAS BELAS DAMAS E GUERREIROS JUSTOS
Situamos a definição do termo refugiado dentro do contexto espaço-temporal que o limita, expondo o etnocentrismo e os traços de hegemonia ocidentais que historicamente permeiam os padrões de proteção e os critérios de el...
O DILEMA DA AUTONOMIA
O presente artigo busca analisar os caminhos tomados pela política externa brasileira entre o período imediatamente anterior à entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial e a consolidação da nova estrutura do Sistema Internac...
ESTADO ISLÂMICO: UMA AMEAÇA HÍBRIDA?
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, em sua sigla em inglês, para Islamic State of Iraq and al-Sham) ganhou notoriedade na arena internacional em 2014, quando conquistou grandes áreas de território na Síria e...
DE KIEV A FORTALEZA: A CRISE UCRANIANA E O FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DO BRICS
Neste artigo, o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é compreendido como um agrupamento alternativo, comprometido com a reforma dos mecanismos de governança internacional e a defesa do multilateralismo. É...
[Coluna] NORTE-COREANOS: DE REFUGIADOS A DUPLOS DESERTORES
A divisão da península coreana foi um dos resultados da Conferência de Potsdam de 1945, a qual seguiu o fim da Segunda Guerra Mundial, e foi marcada por um intenso fluxo migratório pelo Paralelo 38o (marco escolhido para...