Vale do Rio Doce: Fronteira, industrialização e colapso socioambiental

Abstract

O Vale do Rio Doce - VRD tem motivado investigações nas mais diversas áreas do conhecimento, por parte de pesquisadores nacionais e estrangeiros. O interesse é atraído pelas variadas imbricações de processos socioambientais, socioeconômicos, socioculturais e políticos. O VRD se manteve como fronteira aberta, até meados do século XX, quando, finalmente, acabou a disponibilidade de terras e se encerou a frente pioneira. Concomitante ao povoamento, ocupação econômica e formação dos núcleos urbanos, se implantou pela ação do Estado grandes projetos de investimento, particularmente nas áreas de siderurgia e mineração. Se para atores vinculados à modernização a fronteira era vista como depositária de recursos naturais, para as pessoas que chegavam com esperanças diversas a fronteira era uma terra prometida. No caso do VRD, a frente pioneira, fenômeno comum na história brasileira, foi impactada pela territorialização de grandes investimentos de capital, que assim definiram uma dinâmica histórica particular. O fim da fronteira foi marcado pelos primeiros sinais de se tratar de um processo insustentável, cujo desfecho é o colapso socioambiental. Entretanto, isso não se coloca para os atores envolvidos, que teimam em reproduzir uma visão ufanista. Portanto, esse artigo trata da visão da paisagem, da ideia de natureza, das narrativas sobre a fronteira e do discurso sobre o território, ou seja, construções culturais, ideias e discursos escritos sobre o VRD.

Authors and Affiliations

Haruf Salmen Espindola | Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade Vale do Rio Doce, Brasil

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  • EP ID EP15435
  • DOI 10.21664/2238-8869.2015v4i1.p160-206
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How To Cite

Haruf Salmen Espindola (2015). Vale do Rio Doce: Fronteira, industrialização e colapso socioambiental. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 4(1), 207-223. https://europub.co.uk/articles/-A-15435