Voices/political networks and a global neoliberal curriculum
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2010, Vol 3, Issue 1
Abstract
Na minha abordagem do conceito de um currículo neo‐liberal irei utilizar e aplicar essa definição clássica de currículo de três maneiras distintas, mas relacionadas. Em primeiro lugar, e de certa forma metaforicamente, gostaria de discutir o currículo neoliberal da reforma do setor público. Trata‐se de um conteúdo de mudança através do qual os profissionais que atuam no setor público (professores, médicos, assistentes sociais, burocratas, etc.) devem ‘reaprender’ suas prá‐ticas e valores, e perceber que são ‘formados’ por diferentes tipos de sujeitos. Em segundo lugar, gostaria de discutir o neoliberalismo ‘dentro’ do currículo, particularmente representado pelo ‘empreendedorismo’ como uma forma de disseminar, naturalizar e in‐fundir uma ontologia neoliberal. Essa é a transformação dos alunos (e professores) em sujeitos empreendedores. Em terceiro lugar, a partir de uma outra perspectiva, gostaria de discutir o currículo como uma oportunidade de lucro, como uma nova ou pelo menos recentemente revigorada, fronteira para o capital. A educação está cada vez mais sujeita aos processos de mercantilização e privatização. Essas são algumas das principais características da política de educação global no século XXI e representam uma tendência crescente, sob diferentes formas, em países com históricos culturais/políticos e posições econômicas bastante diversas. De fato, o aumento da privatização na educação é isomórfica em relação à forma de capital que representa – as corporações transnacionais. A expansão rápida e massiva da participação do setor privado na educação pública é certamente impulsionada pelos dois lados da relação de troca, o da oferta e o da demanda. A privatização é atrativa para governos e agências multilaterais como ‘soluções’ para o ‘problema’ da reforma do setor público (com a promessa de aumento da produtividade, introdução de inovações e redução de custos) e é uma nova (e relativamente segura) oportunidade de lucro para o capital (grande e pequeno), particularmente em um momento em que outras áreas de atividade comercial estão em recessão. Os mercados dos ser‐viços públicos envolvem gastos enormes e os governos são geralmente bons pagadores. A incursão de fornecedores privados na educação é evidente em diferentes setores e atravessa todos os aspectos da avaliação, currículo, pedagogia e organização. Ao mesmo tempo em que a educação pública está sendo ‘marketizada’ de dentro para fora (privatização endógena), ela tem se tornado cada vez mais sujeita à privatização vinda de fora – a ‘terceirização’ de serviços para fornecedores privados (privatização exógena). Em cada aspecto do currículo neoliberal [CNL] eu destacarei e ilustrarei as dimensões internacionais desse ímpeto neo‐liberal e os canais pelos quais ele flui, bem como tentarei indicar algumas conexões e manifestações específicas no Brasil. Como nós veremos, esses aspectos se entrelaçam uns aos outros de maneiras complexas.
Authors and Affiliations
Stephen J. Ball
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