MENINA OU MENINO? A CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES DE GÊNERO NA ESCOLA
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2015, Vol 8, Issue 2
Abstract
PAECHTER, Carrie. Meninos e meninas: aprendendo sobre masculinidades e feminidades. Porto Alegre. Artmed, 2009. 192 p. Tradução, consultoria e supervisão: Rita Terezinha Schmidt. Como se dão os processos de construção das identidades de gênero, e que implicações trazem para as crianças e jovens? Neste livro, Carrie Paechter, professora‐pesquisadora do Reino Unido, explora essas questões em dez capítulos, que versam sobre as construções das identidades de gênero desde o nascimento até a juventude, sobretudo nos espaços familiares e escolares. No capítulo introdutório a autora apresenta sua tese que é: “masculinidades e feminidades são o produto de processos grupais” (p.11). Seu argumento é justificado pelo fato das diferenças de gênero serem pautadas nas construções sociais e não na genética, bem como pelas relações de poder presentes nos grupos e indivíduos. Também explica que escolheu escrever sobre a infância e adolescência por entender que as aprendizagens de gênero são transmitidas por adultos e, portanto, buscou evidenciar como as crianças e jovens interpretam e vivenciam essas aprendizagens. No capítulo dois, Sexo e gênero, poder e conhecimento, a autora aborda as concepções teóricas que norteiam suas análises. Inicia destacando que a nomeação do bebê em categoria homem ou mulher “regula o modo como os indivíduos são tratados” (p.16) e, portanto, após o nascimento passam a aprender a pertencer a uma das categorias. Ao serem nomeadas, as crianças são inseridas em comunidades de prática de masculinidades e feminidades que são locais diversos, a fim de aprenderem as práticas e significados que devem desenvolver enquanto meninos/homens e meninas/mulheres, construírem suas identidades de gênero e pertencerem a esses grupos. A primeira base teórica que a autora aponta é a divisão cartesiana mente/corpo, usada para explicar o dualismo formal, que indica a existência necessária de um polo superior e um inferior, por exemplo, o masculino sobre o feminino, bem como para explicar a construção de identidade focada na mente, que desconsidera o corpo, o que “permite teóricos[as] de várias áreas reivindicar uma distinção entre sexo e gênero” (p.19). Ela critica essa distinção destacando seu efeito positivo, que se refere à utilidade da distinção para os grupos feministas e transexuais; e o negativo, que diz respeito aos efeitos que a valorização teórica de um termo sobre outro (sexo/gênero ou gênero/sexo) implicam ao se conceber masculino e feminino.
Authors and Affiliations
Francisca Jocineide da Costa e Silva
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