POR QUE UM DOSSIÊ QUE POTENCIALIZE AS PRÁTICAS CURRICULARES COTIDIANAS?
Journal Title: Revista Espaço do Currículo - Year 2016, Vol 9, Issue 2
Abstract
Revertendo as tendências democratizantes e de valorização do local e da diferença, presentes em parte significativa da legislação e das políticas para educação superior e básica públicas nos/dos últimos anos e que, portanto, ampliaram possibilidades e experiências com, nas e fora das escolas, as quais temos identificado como emancipatórias (OLIVEIRA, 2012), vimos assistindo à conquista crescente de espaço‐poder na administração dos sistemas e das redes públicas de educação no Brasil pelos representantes dos interesses do grande capital (MACEDO, 2014), o que identificamos como parte de um tsunami neoliberal global de fortes tendências autoritárias e conservadoras (SÜSSEKIND, 2014a; 2014b), inspirando retrocessos, inclusive legais, em todos os campos da sociedade, entre eles uma espécie de reformismo na educação. Este reformismo, de inspiração tecnicista (FREITAS, 2014) tem, sistematicamente, se valido de políticas prescritivas de currículo e de avaliação, como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular, MEC, 2016), que consideram o conhecimento como algo deslocado dos processos de subjetivação e, portanto, alheios aos chãos das escolas (ANPED, 2015), abrindo espaço à modelização da educação em todos os níveis, como defende o Movimento pela Base Nacional Comum favorecendo, com isso, a privatização dos sistemas públicos e a divisão hierárquica entre administradores e executores educacionais, culminando em um proceso de desvalorização, culpabilização e demonização (PINAR, 2008) do trabalho docente, como já se realiza, plenamente, em diferentes redes municipais e estaduais brasileiras. Contrariamente a essas sequências de políticas governamentais que buscam "refletir" a sociedade e que, majoritariamente, entendem que as técnicas solucionam a maior parte dos problemas sociais; defendemos que políticas e processos educacionais estão, sempre, co‐ engendrados, isto é, estão sempre enredados em meio à complexidade das vidas de seus sujeitos (FERRAÇO, 2003, 2008), requerendo que sejam pensados no plural, pois se tecem nos desacordos, nas negociações, nas hibridizações, nas traduções e nos usos (CERTEAU, 1994), potencializando a invenção de outras redes de saberesfazeres (FERRAÇO, 2003), isto é, de outras tantas práticasteoriaspráticas curriculares em seus diferentes sentidos‐significados explodindo, sempre, com qualquer tentativa de busca e/ou garantia pela unicidade como, pretensamente, objetiva a BNCC.
Authors and Affiliations
Maria Luiza Sussekind, Carlos Eduardo Ferraço, Marco Antonio Oliva Gomes
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